Doenças silenciosas que se não tratadas a tempo podem causar sérios problemas à saúde como cirrose ou câncer hepático e, até mesmo, levar à morte. Essas são as hepatites virais B e C, Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) que precisam ser diagnosticadas precocemente para evitar danos graves à saúde.
A importância da testagem para o diagnóstico precoce da doença e realização do tratamento adequado é o alerta da Secretaria de Estado da Saúde, através da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE/SC), agora em julho, mês de luta contra as hepatites virais.
A gerente de IST, HIV/Aids e doenças infecciosas crônicas da DIVE e médica infectologista, Regina Célia Santos Valim, destaca a necessidade de adultos testarem regularmente para as hepatites B e C. Outro público, segundo a gerente, que precisa ser testado são as gestantes durante o pré-natal. “O teste para as hepatites virais é gratuito e está disponível em todas as unidades básicas de saúde. Quanto mais cedo se souber ser portador do vírus B ou do vírus C, mais cedo se trata e mais cedo se cura ou se controla essa infecção. No caso das gestantes, a testagem é importante para evitar que a infecção seja transmitida ao bebê”, esclarece.
Além da testagem, existem outras formas de prevenção para essas infecções. Para a hepatite B há vacina oferecida gratuitamente na rede pública de saúde. A primeira dose deve ser aplicada no bebê logo ao nascer e as demais doses (vacina pentavalente) aos 2, 4 e 6 meses de idade. Pessoas não vacinadas nesta faixa etária podem receber a vacina em qualquer momento, independentemente da idade, em um esquema de três doses.
Outra medida de prevenção importante é o uso da camisinha em todas as relações sexuais. Os preservativos podem ser retirados de graça em todos os serviços de saúde. Além de evitar o compartilhamento de objetos perfurocortantes como seringas, lâminas de barbear, material de manicure e pedicure e de uso pessoal, como escovas de dente.
As hepatites virais podem causar sintomas como cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, mas o aparecimento desses sintomas são pouco frequentes. “As hepatites B e C são infecções bastante silenciosas e infelizmente a pessoa só vai fazer o diagnóstico em uma fase mais adiantada da doença, quando ela já tem cirrose hepática ou então quando já tem um câncer hepático. Então, estamos falando de doenças que não apresentam sintomas por um longo período na vida da pessoa. Por isso, é importante testar. Quanto mais cedo se souber ser portador dessas doenças, mais cedo a pessoa consegue fazer o tratamento e evitar a evolução para esses desfechos tão graves. A hepatite C tem cura e a hepatite B tem tratamento que interrompe a evolução da doença”, finaliza a gerente de IST.
Hepatites virais em Santa Catarina
Em Santa Catarina, os casos de hepatites virais são mais frequentes em homens e a faixa etária com mais registros está entre 40 e 59 anos. De forma geral, entre os anos de 2021 e 2022 houve redução tanto no número de novos casos de hepatite B, que passou de 896 casos em 2021 para 876 casos em 2022; quanto de hepatite C, que caiu de 819 casos em 2021 para 716 em 2022.
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Amanda Mariano / Bruna Matos / Patrícia Pozzo
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