DIVE/SC reforça a importância da prevenção à leptospirose

Os alagamentos e as enchentes que atingem algumas cidades catarinenses demandam cuidados por parte da população que tem contato com as áreas afetadas. Isso porque após o registro de inundações, aumentam os casos de leptospirose. De acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC), a distribuição de casos da doença no estado é sazonal, seguindo o regime mensal de chuvas, acompanhando as precipitações de dezembro a março, decrescendo durante o inverno.

Em 2021, 153 casos de leptospirose foram confirmados em Santa Catarina, com registro de 10 óbitos. A doença afetou principalmente pessoas do sexo masculino, na faixa etária dos 30 aos 60 anos de idade. Neste ano, já foram confirmados 146 casos da doença, com o registro de 11 óbitos (dados até 28 de dezembro).

Segundo o diretor da DIVE/SC, João Augusto Brancher Fuck, o risco de contrair a doença é maior em épocas de enchentes e alagamentos. “Moradores das cidades que registraram alagamentos que tiverem febre, dor de cabeça e dores no corpo até 40 dias após a ocorrência devem procurar uma unidade de saúde. É fundamental que a pessoa informe ao médico se teve contato com a água ou com a lama”, destaca.

Leptospirose
A leptospirose é uma doença grave, causada por uma bactéria presente na urina contaminada de animais, principalmente ratos. A bactéria penetra no corpo através de machucados e, até mesmo, da pele sadia quando a pessoa fica muito tempo dentro da água. Por isso, o risco é maior em épocas de enchentes e alagamentos.

Os sintomas iniciais podem ser semelhantes aos da gripe, começando de forma abrupta, com febre alta, dor de cabeça, mal-estar e muitas dores no corpo. Um sintoma bastante característico é uma forte dor nas panturrilhas (batata da perna). A leptospirose pode evoluir para quadros graves, com aparecimento de icterícia (a pele fica com um tom amarelo-avermelhado). Os sangramentos podem aparecer na fase mais avançada, com dificuldade respiratória e pode levar a óbito.

Animais peçonhentos
Quando as águas ainda estão baixando e as pessoas retornando para suas residências, é também preciso que a população fique atenta à prevenção de acidentes com animais peçonhentos. No caso de picadas ou mordeduras, a vítima deve procurar atendimento médico no serviço de saúde mais próximo nas primeiras horas após a ocorrência. A referência para atendimento de acidentes por animais peçonhentos no estado é o Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Santa Catarina (CIATox/SC), com funcionamento 24 horas, pelo telefone 0800 643 5252.

Mais informações sobre os cuidados e recomendações nos períodos de enchentes e alagamentos clique aqui.

Medidas de prevenção
- Evite contato com água ou lama de enchentes e não deixe que crianças brinquem no local;
- Use botas e luvas quando trabalhar em áreas com água possivelmente contaminada, como é o caso de alagamentos. Se isso não for possível, use sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés;
- Quando as águas baixarem é necessário retirar a lama e desinfetar as casas, sempre se protegendo com luvas e botas. O chão, paredes e objetos devem ser lavados e desinfetados com água sanitária (Hipoclorito de Sódio 2,5%), na proporção de dois copos (200 ml cada) do produto para um balde de 20 litros de água, deixando agir por 15 minutos;
- Jogue fora alimentos e medicamentos que tiveram contato com a água dos alagamentos;
- Lembre-se que serpentes, aranhas e escorpiões podem estar em qualquer lugar da casa, principalmente em locais escuros. Nunca coloque as mãos em buracos ou frestas;
- Use ferramentas como enxadas, cabos de vassoura e pedaços compridos de madeira para mexer nos móveis. Bata os colchões antes de usar e sacuda cuidadosamente roupas, sapatos, toalhas e lençóis;
- Em caso de encontrar animais peçonhentos dentro da residência, afaste-se lentamente, sem assustá-los. E nunca pegue com as mãos animais peçonhentos, mesmo que pareçam estar mortos.

Informações adicionais para a imprensa:
Amanda Mariano / Bruna Matos / Patrícia Pozzo
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