Saúde anuncia ações de prevenção à varíola dos macacos em Santa Catarina

As ações de prevenção à Varíola dos Macacos serão intensificadas em Santa Catarina. O trabalho é tornar a medida de identificação e isolamento dos pacientes o mais eficiente possível para evitar que a doença chegue aos públicos mais vulneráveis e quadros graves - crianças, gestantes e imunocomprometidos. Em coletiva de imprensa, na manhã desta quinta-feira, 28, o superintendente de Vigilância em Saúde, Eduardo Macário, o diretor da Dive, João Fuck e o médico infectologista, Fábio Gaudenzi, anunciaram a estratégia de enfrentamento para a prevenção e controle da doença no estado.

Eduardo Macário afirmou que a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) considera comunitária a transmissão da varíola dos macacos, quando não é mais possível identificar a origem da infecção, o que reforça a necessidade de elevar o nível de alerta para a população com relação à prevenção e identificação.

"Nós estamos orientando todos os serviços de saúde para que haja reforço na identificação precoce dos casos e na orientação da importância do isolamento da pessoa infectada para evitar a transmissão para outras pessoas, em especial aquelas dos grupos mais vulneráveis como crianças, gestantes e imunodeprimidos", assinala o superintendente de vigilância em saúde, Eduardo Macário".

Ações estaduais de enfrentamento à Varíola dos Macacos

- Revisão da Nota de Alerta 11/2022 com atualização da definição de caso suspeito, permitindo maior sensibilidade dos serviços de saúde na detecção de casos suspeitos e consequentemente assistência, isolamento e rastreamento dos contatos;

- Divulgação de alerta aos serviços de saúde e profissionais de saúde que atendem casos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) para a suspeita de casos, considerando os diagnósticos diferenciais;

- Elaboração de informe para os profissionais de saúde sobre as principais característica da doença e orientações sobre a notificação;

- Reunião de alinhamento com a Diretoria de Atenção Primária à Saúde da SES e com as ONGs para sensibilização e discussão de ações conjuntas na detecção de casos suspeitos;

Perfil dos casos em Santa Catarina

Até o momento, foram notificados 32 casos de varíola dos macacos em Santa Catarina. Destes, 10 foram descartados, 16 permanecem em investigação e seis foram confirmados, sendo um caso importado que, embora tenha sido notificado por Santa Catarina, é residente no estado de São Paulo e cinco residentes em Santa Catarina, nos municípios de Leoberto Leal (1), Florianópolis (3), Joinville (1).

“Os casos têm se concentrado em adultos jovens, na faixa dos 20 a 39 anos. Quando a gente pensa em sintomas, a maior parte apresenta lesões cutâneas, mas também apresentam dor de garganta, fraqueza, dor de cabeça, febre, dores no corpo”, aponta o diretor da Dive, João Fuck.

A doença

A varíola dos macacos é uma doença causada pelo vírus monkeypox, descoberto em 1958. O primeiro caso humano da doença foi registrado em 1970, no continente africano. Apesar do nome, não há envolvimento de animais no surto deste momento, já que tem ocorrido de pessoa para pessoa.

 

A transmissão se dá, principalmente, por contato próximo, pessoal, muitas vezes pele a pele, como: contato direto com erupção cutânea, feridas ou crostas das lesões; contato com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies que foram usadas por alguém com a infecção; através de gotículas respiratórias ou fluidos orais de uma pessoa infectada.

A transmissão entre parceiros sexuais também tem ocorrido devido ao contato íntimo com lesões cutâneas infecciosas durante o ato sexual. No entanto, a doença não é considerada uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST).

No início, sintomas como dor de cabeça, febre, calafrios, dor de garganta, mal-estar, fadiga e aumentos nos linfonodos podem ocorrer. Logo depois vem as erupções cutâneas que costumam iniciar no rosto e se espalhar para as demais partes do corpo. O período de incubação é de 6 a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias e os sinais e sintomas duram de 2 a 4 semanas.

A transmissão ocorre desde 48h antes do início dos sintomas e até o desaparecimento completo das lesões.

Vacinação e outras formas de prevenção

No momento, no Brasil, não há vacina contra a Varíola dos Macacos disponível, porém o Ministério da Saúde avalia a incorporação em situações específicas para públicos mais vulneráveis e para bloqueios de transmissão.

Com relação a outras formas de prevenção, como a transmissão ocorre por gotículas respiratórias e contato próximo, medidas gerais como o uso de máscara, evitar ambientes fechados e com aglomerações e a higiene frequente das mãos, ajudam no controle da doença.

Evitar o contato com lesões de pele em familiares ou parceiros sexuais também é uma medida importante.

(informações entre julho e outro de 2022)

Informações adicionais para a imprensa:
Amanda Mariano / Bruna Matos / Patrícia Pozzo
NUCOM - Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive)
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